terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sistema Imunitário


Conjunto de diversos tipos de células e órgãos que protegem o organismo dos animais de potenciais agentes agressores biológicos (microrganismos) ou químicos (toxinas).


Este sistema também é responsável pela vigilância e destruição de células envelhecidas e anormais (cancerosas), do próprio organismo.


Organismos Patogénicos



São agentes biológicos capazes de causar doenças aos animais – bactérias, vírus, fungos, protozoários ou animais parasitas.
Os organismos patogénicos podem entrar no corpo dos animais através do ar, da água, dos alimentos ou através de lesões de pele ou das mucosas.


Bactérias e Vírus


Entre os organismos patogénicos são os que mais frequentemente causam doenças infecciosas.
Ambos possuem um património genético, constituição molecular orgânica e capacidade reprodutora.
Os Vírus e as bactérias têm uma estrutura diferente, atacam e infectam de modo diferente.


Vírus







São seres acelulares.
Não são considerados verdadeiros seres vivos sobretudo porque não se conseguem reproduzir nem desenvolver o metabolismo de forma independente.
Existem diferentes tipos de vírus. Genericamente são constituídos por um invólucro protector de natureza proteica (cápside) e por material genético (DNA ou RNA). Alguns vírus são rodeados por uma membrana de natureza lipídica.









Os vírus são parasitas Intracelulares obrigatórios – só manifestam características vitais no interior de células vivas por eles invadidas.
Para se multiplicarem, os vírus têm de introduzir o seu material genético numa célula e assumir o comando do seu metabolismo.
O DNA do vírus é replicado e a transcrição e tradução de genes virais permite a formação de novas cápsulas protectoras.
Podem abandonar a células hospedeira por um processo semelhante à exocitose mas, frequentemente, multiplicam-se de tal forma que provoca o seu rebentamento (lise celular).


Bactérias

















São células procarióticas, O DNA forma uma molécula principal, geralmente circular, sem invólucro nuclear (nucleóide). Podem existir pequenos anéis de DNA com genes acessórios (Plasmídeos).
Não possuem organelos membranares mas possuem ribossomas e todas as estruturas necessárias às biossínteses e às transformações energéticas.


Reproduzem-se autonomamente geralmente por divisão binária.
Muitas bactérias coabitam em verdadeira cooperação com o organismo humano (como a flora bacteriana do intestino); Outras vivem como parasitas, provocando diversas doenças.
Algumas bactérias produzem toxinas potentes e outras multiplicam-se no interior das células, destruindo-as.











Constituintes do Sistema Imunitário


• Diferentes tipos de leucócitos e macrófagos (células efectoras);
• A medula vermelha dos ossos e o timo, onde se formam e diferenciam os leucócitos (órgãos linfóides primários);
• O baço, os gânglios linfáticos, o apêndice, as amígdalas e as adenóides onde se concentram os leucócitos (órgãos linfóides secundários).


Neutrófilos


São granulócitos com núcleo polilobado e constituem 60 a 70% de todos os leucócitos.
Circulam no sangue e o seu tempo de vida é de apenas algumas horas ou dias.
Realizam a fagocitose e são os primeiros a chegar aos tecidos infectados, atraídos por quimiotaxia.


Basófilos


São granulócitos com núcleo volumoso de forma irregular, que constituem menos de 2% de todos os leucócitos.
Quando activados liberta substancias, como a histamina, que produzem uma resposta inflamatória.


Eosinófilos


São granulócitos com núcleo bilobado e constituem cerca de 2% de todos os leucócitos. Têm actividade fagocítica limitada, particularmente dirigida a parasitas.
Reduzem a reacção inflamatória, pela produção de enzimas que degradam as substâncias químicas produzidas pelos basófilos.


Monócitos


Agranulócitos de pequenas dimensões com núcleo em forma de ferradura.
Constituem cerca de 5% de todos os leucócitos.
Circulam no sangue durante poucas horas e depois migram para os tecidos, aumentam de tamanho e transformam-se em macrófagos.
Os macrófagos são células de grandes dimensões, que vivem muito tempo e são muito eficientes na fagocitose.


Linfócitos


Agranulócitos com núcleo esférico e volumoso.
Constituem cerca de 30% de todos os leucócitos.
Os linfócitos B, quando activados, diferenciam-se em plasmócitos, que produzem anticorpos, e em células de memória.
Os Linfócitos T contribuem para a activação dos Linfócitos B e destroem células infectadas por vírus e células cancerosas.


Defesa do Organismo


O conjunto de processos fisiológicos que permite ao organismo reconhecer corpos estranhos ou anormais, com consequente neutralização ou eliminação, designa-se imunidade.
Nas superfícies das membranas celulares existem glicoproteínas que, por serem únicas em cada indivíduo, funcionam como um sistema de identificação para o sistema imunitário. São os marcadores celulares.
Os leucócitos, produzidos na medula vermelha dos ossos e no tecido linfático, são libertados no sangue e transportados pelo corpo.
A partir do sangue passam para os tecidos onde levam a cabo funções de reconhecimento e de defesa.




Defesa não específica


A defesa não especifica, ou imunidade inata, inclui o conjunto de processos através dos quais o organismo previne a entrada de agentes estranhos e os reconhece e destrói, quando essa entrada acontece.
A resposta do organismo é sempre a mesma, qualquer que seja o agente invasor e qualquer que seja o número de vezes que este contacta com o organismo.
Não se verifica especificidade, nem memória.


Barreiras Anatómicas e Secreções


Previnem a entrada de agentes estranhos no organismo.


• A pele e as mucosas, quando intactas, não permitem a entrada de agentes patogénicos.
• As secreções das glândulas sebáceas e sudoríparas inibem o desenvolvimento da maior parte das bactérias.
• A lisozima, presente nas lágrimas e na saliva, o acido clorídrico produzido no estômago e o muco do revestimento ciliado das vias respiratórias destroem os microrganismos e/ou expulsam-nos do organismo.


Reacção Inflamatória



A reacção inflamatória é uma sequência complexa de acontecimentos que ocorre quando agentes patogénicos conseguem ultrapassar as barreiras físicas de defesa do organismo.
Envolve mediadores químicos e fagócitos.


Libertação de histaminas e outros mediadores químicos, por células lesionadas, mastócitos e basófilos, no tecido contaminado por agentes patogénicos.


Vasodilatação e aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos da zona atingida.
Como consequência, aumenta o fluxo sanguíneo no local e uma maior quantidade de fluido intersticial passa para os tecidos envolventes. A zona atingida manifesta rubor, calor e edema.
A dor que acompanha a reacção inflamatória é causada pela acção de substâncias químicas nas terminações nervosas locais e pela distensão dos tecidos.


Os neutrófilos e os Monócitos são atraídos por quimiotaxia, deixam os vasos sanguíneos por diapedese e dirigem-se aos tecidos infectados.
Os neutrófilos são s primeiros a chegar e começam a realizar a fagocitose dos agentes patogénicos.
Chegam a seguir os monócitos, que se diferenciam em macrófagos.
Os macrófagos fagocitam os agentes patogénicos e os seus produtos, os neutrófilos destroidos no processo e as células danificadas.


O pús que se acumula no local da infecção é formado por microrganismos e fagócitos mortos e por proteínas e fluidos que saíram dos vasos sanguíneos.
O pús é absorvido e, ao fim de alguns dias, verifica-se a cicatrização dos tecidos.


Quimiotaxia


Migração de células imunitárias (como os neutrófilos) atraídas por sinais químicos libertados por células lesionadas.


Diapedese



Migração de Leucócitos dos capilares sanguíneos para os tecidos, através dos poros existentes entre as células das paredes dos capilares.



Fagocitose



Captura, por endocitose, de células ou restos de células que são destruídas em vesículas digestivas.


As células que realizam fagocitose são os fagócitos (sobretudo macrófagos e neutrófilos).




Resposta Sistémica



Quando os agentes patogénicos são particularmente agressivos, é accionada uma reacção inflamatória sistémica, que ocorre em várias partes do organismo:
• Aumento do número de leucócitos em circulação;
• Febre.


O aumento do número de leucócitos em circulação resulta da estimulação da medula óssea por substâncias químicas produzidas por células lesadas.


A febre pode ser desencadeada por toxinas produzidas pelos agentes patogénicos ou por pirógenios produzidos por leucócitos. Estas substâncias actuam sobre o hipotálamo e regulam a temperatura do corpo para um valor mais alto.
A febre moderada é benéfica dado que acelera as reacções do organismo, estimulando a fagocitose e a reparação dos tecidos lesados.
Inibe, igualmente, a multiplicação de alguns microrganismos.


Interferão



São proteínas produzidas por certas células atacadas por vírus que se difundem para células vizinhas, induzindo-as a produzir proteínas antivirais.
Estas proteínas bloqueiam a replicação do vírus, limitando o seu alastramento.


Sistema de Complemento



Conjuntos de cerca de 20 proteínas que circulam no plasma, na sua forma inactiva.
Quando a primeira é activada, produz-se uma reacção em cadeia em que cada proteína activa outra numa sequencia predeterminada.
Os efeitos deste sistema são amplos.
Traduzem-se na lise de bactérias, na limitação da mobilidade de agentes patogénicos, facilitando a fagocitose, na atracção de leucócitos ao local da infecção (quimiotaxia), no estímulo de células do sistema imunitário, etc.






Imunidade Adquirida


A defesa específica, ou imunidade adquirida, inclui o conjunto de processos através dos quais o organismo reconhece os agentes invasores e os destrói de uma forma dirigida e eficaz.
Ao contrário do que acontece com a defesa não especifica, a resposta do organismo ao agente invasor melhora a cada novo contacto.
Verifica-se especificidade e memória.









Antigénios

Todos os componentes moleculares que desencadeiam uma resposta específica são antigénios ou antigenes.
Podem ser moléculas superficiais de bactérias, vírus ou outros microrganismos, toxinas produzidas por bactérias ou mesmo moléculas presentes no pólen, pêlo de animais e células de outras pessoas.
Um antigénio possui várias regiões capazes de serem reconhecidas pelas células do sistema imunitário. Cada uma dessas regiões é um determinante antigénico ou epítopo.



Linfócitos B e Linfócitos T



As principais células que intervêm na defesa específica do organismo são os linfócitos B e os linfócitos T.
Ambos se formam a partir de células estaminais da medula vermelha dos ossos.
As células precursoras dos linfócitos T migram para o Timo, onde completam a sua maturação.
As células precursoras dos linfócitos B sofrem as transformações na medula óssea.






Imunocompetência



Durante a maturação dos linfócitos B e T, estes adquirem receptores superficiais para numerosos e variados antigénios, passando a reconhecê-los e tornando-se células imunocompetentes.
O conjunto de linfócitos com receptores para um determinante antigénico constitui um clone.
Seguidamente, passam para a circulação sanguínea e linfática e encontram-se em grande quantidade em órgãos do sistema linfático, como o baço ou os gânglios linfáticos.
Cada pessoa possui uma enorme variedade de linfócitos B e T, com diferentes receptores, capazes de reconhecer um número quase infinito de moléculas estranhas.


Repostas Imunitárias Específicas



Tradicionalmente, os mecanismos de defesa específica do organismo são divididos em imunidade humoral e imunidade celular.


Imunidade humoral




A imunidade humoral é mediada por anticorpos que circulam no sangue e na linfa e que são produzidos após o reconhecimento do antigénio por linfócitos B.
Um anticorpo é uma proteína específica produzida por plasmócitos em resposta á presença de um antigénio, com o qual reage especificamente.






Os anticorpos são uma forma solúvel dos receptores existentes na superfície dos linfócitos.

A defesa do organismo, através da imunidade humoral, envolve os seguintes acontecimentos:
1. Reconhecimento de determinantes antigénicos por linfócitos B com receptores específicos;
2. Activação do clone de linfócitos B que entra em divisão celular;
3. Diferenciação, em plasmócitos, de parte das células do clone de Linfócitos B activado, diferenciação de outra parte em linfócitos B de memória.
Os plasmócitos são células produtoras de anticorpos, que são libertados no sangue e na linfa.
Os linfócitos B de memória são células que ficam no sangue por longos períodos de tempo e que respondem rapidamente num segundo contacto com o mesmo antigénio.
4. Interacção dos anticorpos com o antigénio e sua destruição;
5. Morte dos plasmócitos e degradação dos anticorpos, após a destruição do antigénio, diminuindo a sua concentração.







Anticorpos


Os anticorpos pertencem a um grupo de proteínas globulares designadas Imunoglobulinas.
Apresentam estrutura em forma de “Y”, constituída por quatro cadeias polipeptídicas, duas cadeias pesadas e duas cadeias leves.
As cadeias polipeptídicas possuem uma região constante, muito semelhante em todas as imunoglobulinas, e uma região variável.


Na região variável das imunoglobulinas existem sequências de aminoácidos que lhes conferem uma conformação tridimensional particular e que permitem interacções electrostáticas específicas.
È nesta região que se estabelece a ligação com o antigénio, formando o complexo antigénio-anticorpo.
Como um antigénio pode possuir vários determinantes antigénicos e os anticorpos são específicos para esses determinantes, um mesmo antigénio polé ligar-se a vários anticorpos.




Mecanismos de acção dos anticorpos


• Precipitação – ligação de moléculas solúveis do antigénio, formando complexos insolúveis que precipitam.
• Aglutinação – Os anticorpos agregam os agentes patogénicos, neutralizando-os e tornando-os acessíveis aos macrófagos. A aglutinação é possível porque cada anticorpo tem pelo menos dois locais de ligação ao antigénio.

• Intensificação da fagocitose – a ligação anticorpo-antigénio estimula a aderência dos macrófagos e a fagocitose, dada a ligação entre as regiões constantes dos anticorpos e os receptores das membranas dos fagócitos.
• Neutralização – A fixação dos anticorpos sobre vírus ou toxinas bacterianas impede a sua entrada nas células.
• Activação do sistema de complemento – O complexo anticorpo-antigénio activa uma das proteínas do sistema e desencadeia a reacção em cascata que activa todo o sistema.


Mecanismos de reacção dos anticorpos



A presença do complexo antigénio-anticorpo amplifica a resposta inflamatória e a eliminação celular já iniciada de uma forma não específica.


Classes de Imunoglobulinas


A região constante das imunoglobulinas interage com outros elementos do sistema imunitário e possui características que permitem distinguir cinco classes.
Diferentes classes de imunoglobulinas predominam em diferentes fases da infecção e em diferentes fluidos do organismo.


Imunidade Celular


A imunidade celular é mediada pelos Linfócitos T e é particularmente efectiva na defesa do organismo contra agentes patogénicos intracelulares, pela destruição de células infectadas, e contra células cancerosas (vigilância imunitária).
É, também, responsável pela rejeição de enxertos e de transplantes.















1. O processo tem início com a apresentação do antigénio aos Linfócitos T auxiliares (Th).


As células apresentadoras podem ser macrófagos, que fagocitaram e processaram agentes patogénicos, podem ser Linfócitos B, células cancerosas, células infectadas ou células de outro organismo.

Após fagocitar e digerir agentes patogénicos, formam-se fragmentos de moléculas com poder antigénico que são inseridas na membrana do macrófago.

Assim, os macrófagos exibem na sua superfície o antigénio, apresentando-o aos Linfócitos Th que o reconhecem devido aos receptores específicos que possuem ficando activados.










2. O Clone dos linfócitos T auxiliares divide-se e diferencia-se em linfócitos T citotóxicos (Tc) e Linfócitos T de memória.
Os Linfócitos T auxiliares também libertam mediadores químicos (Citoquinas) que estimulam a fagocitose, a produção de interferões e a produção de anticorpos pelos linfócitos B.




3. Os Linfócitos T citotóxicos ligam-se ás células estranhas ou infectadas, libertando perforina, uma proteína que forma poros na membrana citoplasmática, provocando a lise célula.

4. Os Linfócitos T de memória desencadeiam uma resposta mais rápida e vigorosa num segundo contacto com o mesmo antigénio.









Resposta Imunitária Primária


O primeiro contacto do organismo com um antigénio origina uma resposta imunitária primária, durante a qual são activados Linfócitos B e T que se diferenciam em células efectoras e de memória.


Resposta Imunitária Secundária


Eliminado o antigénio, as células efectoras desaparecem.
As células de memória permanecem no organismo e dão origem a uma nova resposta imunitária secundária, mais rápida, intensa e prolongada, num segundo contacto com o mesmo antigénio.
Esta propriedade designa-se memória imunitária.


Imunização



A memória imunitária está na base da imunização artificial através da vacinação.
Uma vacina é uma solução preparada com antigénios tornados inofensivos, como por exemplo microrganismos mortos ou atenuados ou toxinas inactivas.
A vacina desencadeia no organismo uma resposta imunitária primária e formam-se células de memória.





Disfunções do sistema imunitário


O sistema imunitário pode revelar várias deficiências no seu funcionamento dando origem a desequilíbrios e doenças.
Algumas doenças resultam da incapacidade do sistema imunitário responder com eficácia aos agentes que ameaçam o organismo e designam-se genericamente, imunodeficiências.
Outras doenças resultam de uma reacção excessiva do sistema imunitário, ou hipersensibilidade, em relação a agentes estranhos inócuos ou aos próprios constituintes do organismo.


Imunodeficiência congénita ou inata


A falta de Linfócitos T traduz-se numa maior sensibilidade a agentes infecciosos intracelulares, vírus e cancros e a falta de Linfócitos B traduz-se numa maior sensibilidade a infecções extracelulares.
A imunodeficiência grave combinada (SCID) caracteriza-se pela ausência de Linfócitos B e T. Os doentes são extremamente vulneráveis e apenas sobrevivem em ambientes completamente estéreis.
Tratamento por transplante de medula óssea ou terapia génica.


Imunodeficiência Adquirida – SIDA


A SIDA é causada pelo vírus da Imunodeficiência humana, HIV.
O HIV é um vírus de RNA (retrovírus) que infecta principalmente os Linfócitos Th, mas também outros Linfócitos, macrófagos e células do sistema nervoso.




No interior da Célula hospedeira, o RNA viral é transcrito para DNA pela transcriptase reversa e o DNA é integrado no genoma.
Quando activo, o DNA viral dirige a produção de novos vírus que causam a destruição da célula hospedeira e infectam novas células.
A diminuição progressiva do número de Linfócitos T deixa o organismo muito susceptível a doenças oportunistas e cancros.
Um individuo infectado pelo HIV reage á sua presença produzindo anticorpos – diz-se seropositivo.
Os vírus que se encontrem no interior de células infectadas escapam á acção de anticorpos.
Um indivíduo seropositivo, mesmo sem sintomas clínicos, pode transmitir o HIV.


Não há cura nem vacina para a doença, mas a sua progressão pode ser retardada por drogas inibidoras da transcriptase reversa (AZT) e das proteases e inibidores da ligação do vírus ás células hospedeiras.




Conceito de Alergia



As alergias são reacções de hipersensibilidade a certos antigénios ambientais, os alergénios.
Pólen, ácaros, pó, esporos, pêlo de animais, certos produtos químicos e alimentares, por regra inofensivos, são alergénios comuns para algumas pessoas, desencadeando uma resposta aberrante do sistema imunitário.
Podem conduzir a consequências graves com lesões de tecidos e órgãos.


Alergias – Hipersensibilidade imediata


Num primeiro contacto com o alergénio, os Linfócitos B são estimulados e diferenciam-se em plasmócitos que produzem anticorpos específicos da classe IgE.
Esses anticorpos ligam-se a mastócitos e a basófilos.




Num segundo contacto, o antigénio liga-se aos anticorpos IgE presentes na superfície dos mastócitos e basófilos e estimula estas células a libertar grandes quantidades de histamina.
A histamina desencadeia uma reacção inflamatória intensa que é responsável pelos sintomas da alergia, como por exemplo, espirros, erupções cutâneas e contracção dos músculos das vias respiratórias.




Alergias – Hipersensibilidade Tardia



Não se inicia nas horas seguintes à exposição ao antigénio.
Está associada a reacções imunitárias mediadas por células (imunidade celular) com respostas muito intensas dos Linfócitos T e macrófagos que podem provocar lesões nos tecidos.
Os eczemas de contacto, por exposição repetida a lixívia cosméticos, cimento, tintas, metais, etc, enquadram-se nestas alergias.


Choque Anafilático


Algumas reacções alérgicas podem conduzir a um choque Anafilático, que é provocado pela diminuição brusca da pressão arterial em consequência do aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos.
Os sintomas das alergias podem ser tratados com medicamentos anti-histamínicos.







Doenças Auto-imunes


As doenças auto-imunes resultam de uma reacção de hipersensibilidade do sistema imunitário contra antigénios próprios.
Existem vários tipo de doenças auto-imunes, cujos sintomas se relacionam com o tipo de tecido que é atacado e destruído pelo sistema imunitário do próprio organismo.


São exemplos de doenças auto-imunes:


• Esclerose múltipla – Linfócitos T destroem a mielina dos neurónios. Os sintomas incluem várias alterações neurológicas;
• Artrite Reumatóide – Inflamação dolorosa das cartilagens articulares que são destruídas;
• Lúpus – O sistema imunitário produz anticorpos contra vários tipos de moléculas próprias, incluindo histonas e DNA. Caracteriza-se por erupções da pele, febre e disfunção renal.
• Diabetes insulinodependentes - São destruídas as células do pâncreas que produzem insulina.